Thursday, April 2, 2009

Universal: A Fome de Quarto de Despejo

Por R J Reed
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Universal
: A Fome de Quarto de Despejo
Todos têm que respirar. Todos têm que tomar água. Todos têm que comer para sobreviver. Todo mundo quer uma vida feliz. No seu livro “Quarto de Despejo,” Carolina Maria de Jesus trata da universalidade da vida e da luta do dia dia. Nem todos passam fome, mas todos ficam com fome; têm que comer. É universal. Diz-se que o orgulho é o pecado universal. Maria revela que o preconceito é um pecado que é quase universal, pois existe até na favela. Demonstra-se no livro que o preconceito de raça, sexo e de classe social que os favelados têm não é muito diferente do preconceito dos de classes mais altas.

Maria distingue entre todas as raças da favela: Negro, branco, cigano, nortista e baiano. Pelo livro todo ela refere a muitas pessoas pela raça ou cor. Ela também dá a cada raça certas características. O branco é rico e persegue os pobres. O negro é pobre. Os nortistas são malandros, etc. Mesmo que ela e seus colegas sejam do nível mais baixo da sociedade, têm preconceito de raça - como os de classe mais alta.

Homens são todos preguiçosos e causam problemas. Toda mulher é fofoqueira e se mete na vida dos outros. É assim que os homens e mulheres são retratados no livro. Maria decide que nunca se casará porque ela vê todos homens como problemas. Ela olha a todas as mulheres como aborrecimentos, irritações. Esse preconceito que ela demonstra não é muito diferente do que é comum entre classes mais altas - preconceito que deixa as mulheres com salário menor e vê os homens como burros.

Os ricos têm orgulho por serem ricos e terem mais do que os pobres. Os pobres têm orgulho por não serem ricos e por não terem orgulho. Maria dá várias exemplos em que os ricos desprezam os da favela. Ela conta a história de uma mulher que pediu esmola da dona de uma casa. A dona deu ratos embrulhados, sem a pobre mulher saber até chegar em casa (55). Os ricos preferem jogar comida fora do que dar aos pobres. Os da favela não são muito diferentes. No ponto de vista deles, os ricos lhes odeiam e não se importam com eles, nem um pouco. Os políticos vêm somente nos anos eleitorais e, depois de ganhar o voto dos favelados, esquecem-se das favelas. Os preconceitos dos dois grupos vêm de perspectivas diferentes, mas se compõem da mesma coisa.

O preconceito não reconhece classe, não reconhece raça e nem reconhece sexo. No seu livro, Carolina Maria de Jesus demonstra, com o preconceito racial, sexual e social, que os favelados vêem o mundo com os olhos de preconceito tão como a maioria das pessoas.

A questão do preconceito é algo que sempre seguirá a humanidade. Quase todo mundo, obviamente, tem preconceito. Para Maria, é difícil não ter porque ela vê o mesmo tipo de pessoa fazendo a mesmo coisa todo dia. Por exemplo, quase todos os homens da favela são preguiçosos de verdade - não trabalham. Quase todos eles batem na esposa e nos filhos. Quase todas as mulheres gostam de falar mal uma da outra. Quase todas elas desprezam os filhos de Maria. Ela vê esses grupos desse modo, mas é provável que na vida dela tenha sido assim que a maioria deles tinham sido.

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